Agora, com diferentes jogadores, a saga continua. Para tal, existiu a necessidade de responder a um questionário de "mil e uma" perguntas sobre "Futebolês". Registando-se um aproveitamento de 100% ...
É este o resultado...

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Perda de Identidade...


Sou um sortudo que quase nunca viu Portugal afastado das grandes competições. Não só vi participar, como vi Portugal ser candidato ao titulo!! A eterna equipa que “ jogava muito bem “ e tinha azar !! Que jogava bem mas que não era “ pragmática “ (seja lá o que isso for..)!  Que eliminava Espanhas, Inglaterras e Holandas e não facilitava nos apuramentos, grupos ou nos jogos a eliminar ! Uma equipa que tinha 11 jogadores que sabiam jogar futebol. Uma equipa construída para ter a bola. Uma equipa construída para atacar. Construída para, passo a citar Rui Costa na RTPN, “ colocar os adversários a correr até encontrar o espaço.” No fundo, criou-se uma identidade de um futebol agradável de se ver. Uma identidade de quem dava tudo o que tinha, e que perdia por isto ou por aquilo. No fundo, é essa a cultura dos nossos jogadores, que nunca foram vistos pelo enorme poderio físico, mas sim pela sua fantástica capacidade técnica. Uma equipa grande a jogar um futebol pequeno. Este pensamento veio-me à conversa com um amigo, que não parava de me dizer: “preferia 1000x este pensamento do que isto de agora ! “. E o que é que sentimos agora?!
(não confundir com capacidade habilidosa do Bruno Alves!). Porra, e que saudades que eu tinha de ser conotado como a equipa que sem balizas era campeã para agora ser visto como a fantástica “equipa das transições”.
 Olhando para alguma história…
Mundial 2010, Portugal vence 7-0 a Coreia e defronta o Brasil, ambos já apurados, sendo que era preciso a Costa do Marfim recuperar 7 golos em relação a Portugal.  11 de Portugal: Eduardo, Fabio Coentrão (DE), Bruno Alves (DC), Ricardo Carvalho (DC), Ricardo Costa(DD), Pepe (MC), Meireles (MC), Tiago (MC), Duda (EE), CRonaldo (PL), Danny (ED). Já apurados, o que fazemos é começar aqui a nossa transformação, a mudança de identidade, a traição da nossa cultura !! Toca a tirar gente que saiba jogar futebol, para meter “cavalos”, altos, rápidos e agressivos. Para defender bem e sair em transição diziam os especialistas. Como quem diz: dar a bola ao adversário e esperar que o Ronaldo resolva num remate de longe.
Nos 8ºs, contra a Espanha, mudou pouco, siga a meter o Ricardo Costa a lateral, com o Pepe a trinco para continuar na senda da boa construção (in)ofensiva.
E ai foi o inicio do fim, com melhores ou piores resultados, a conotação de jogo em contra-ataque, a de dar a bola ao adversário, essa foi ficando. Passando por 2012 onde no prolongamento contra a Espanha tivemos a bola em nossa posse em tempo útil durante 2 minutos em 18 minutos!!!! Uma equipa preparada para defender, uma equipa preparada para destruir, uma equipa preparada para sofrer… mas porquê?!?! É isto que sentimos agora...  Eu estava era habituado a preocupar-me por não marcar golos, não era a preocupar-me em defender para não sofrer golos. Equipa de Portugal defendia para recuperar a bola, defendia…

E ao quê, ou a quem é que se deve esta mudança de identidade? Deve-se a quem ajudou a enraizá-la em primeiro lugar... quem? 

Levando um atropelo como há muito não se via, e num jogo de características algo ímpares ( golos de bola parada, expulsão, etc..), a malta lá vai abrindo os olhos. Não é tão difícil como parece, coloquem os melhores. Tentem com que o Neto toque mais vezes na bola que o Bruno Alves, vai ajudar. Coloquem o William que irá organizar o jogo (ainda) melhor que o Veloso e será mais agressivo e intenso a ocupar os espaços quando for preciso pressionar alto, caso a sua mente não se deixe toldar por todas as emoções inerentes a um Mundial, onde os jogos são totalmente diferentes da suave Liga Portuguesa... De resto, manter os jogadores possíveis, com o Veloso a lateral esquerdo. E mais importante do quem jogue, joguem à Portugal!!! Subam o bloco e aproximem as linhas! Sejam agressivos. Se quiserem, esta parte de subir o bloco e aproximar as linhas só dura uns segundos, depois, quando ganharmos a bola, podemos voltar a fazer aquilo que somos melhores…  e a encantar o mundo novamente com a nossa identidade, jogando com a cultura Portuguesa !! 

No fundo, tenho saudades disto... onde os denominadores comuns dos golos são a vontade de ter a bola com uma pressão insaciável seguida de decisões que aproximam a equipa do sucesso através de uma técnica estonteante. Saudades...

                                                                                                                                  Miranda M.

2 comentários:

  1. Este tempo só voltará quando a FPF "meter mão nisto". Quando se sentarem e fizerem um programa como fez a Belgica, a Suiça e ... com maior notoriedade a Alemanha. É o unico caminho de recuperar a identidade Tuga.

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  2. Isso envolve formar treinadores de qualidade... Mas os tachos não vão deixar.

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